quinta-feira, 26 de abril de 2007

Invista na criatividade

Qualquer pessoa pode ser inovadora, desde que exercite a mente e apresente idéias sem medo

A criatividade é um dos principais diferenciais das empresas e dos profissionais. "Sem ela não existem lucratividade e prosperidade", afirma Arthur Diniz, especialista em Liderança, Criatividade e Planejamento de Carreira, e autor de um estudo sobre como aumentar a criatividade divulgado pela Universidade de São Paulo (USP). Fundador da Crescimentum ? Coaching for Performance, ele destaca que, em nove passos, como exercitar o cérebro e anotar todas as idéias, é possível estimular seu potencial criativo e se sobressair no mercado. Quem seguir o método tem muito mais chances de ter uma carreira promissora, garante.

Especialistas concordam: uma das maneiras mais eficientes para estimular a criatividade em uma empresa é simplesmente ouvir os funcionários. O método já deu resultados positivos práticos para a coordenadora de Recursos Humanos Karina Pimentel. Ela conta que já participou da implantação e gestão de um programa de sugestão de idéias. Nele, os funcionários poderiam apresentar idéias sobre redução de custos, segurança de trabalho, higiene, procedimentos e processos, entre outros assuntos. As três melhores idéias eram premiadas.

Karina lembra que a empresa tinha um custo alto com canetas. A partir da idéia de um funcionário de punir aqueles que desperdiçavam mais, foi possível economizar 25% na compra das canetas. "No começo todos têm um pouco de receio, mas depois o número de sugestões foi só aumentando e foram bancadas pela diretoria", explica.

Karina participa do processo de implantação de um programa de sugestões em outra empresa. "Já temos o modelo piloto", diz. Por enquanto, a criatividade é estimulada com atividades como ginástica laboral, que não tem a mesma eficácia, mas também são importantes. "O processo de estímulo da criatividade pode ser feito com a melhoria da qualidade de vida dos funcionários."

"Quando se tira o funcionário da rotina, abre-se espaço para que a mente crie, inove", diz Arthur Diniz. Ele aponta que, para um indivíduo consiga se manter criativo, os dois hemisférios do cérebro têm de trabalhar bem. Enquanto o lado esquerdo é analítico e lógico, o direito é emocional, irracional. "É preciso estimular as características menos usadas", diz. Por exemplo, quem tem facilidade para música, teatro, deve jogar xadrez ou estudar planejamento estratégico. Já quem é muito analítico e tem jeito para os números deve procurar estudar música, dança e fazer meditação.

Projeto de lei prevê férias para estagiários

O Ministério da Educação anunciou nesta quarta-feira, 25, um projeto de lei que prevê a regulamentação dos estágios no Brasil. O texto inclui o direito a férias para estagiários que permanecerem pelo menos um ano trabalhando em uma mesma empresa.

A proposta faz parte do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), anunciado na terça-feira, 24, e já está na Casa Civil, de onde deve seguir para o Congresso Nacional. O projeto visa à revogação da lei nº 6.494, de 1977, que atualmente regulamenta os estágios.

O texto também estabelece que os estudantes trabalhem por, no máximo, 30 horas semanais. A idéia é aumentar a fiscalização e multar, com valores que variam de R$ 240 a R$ 1.400 por estagiário, as empresas que descumprirem a nova lei, se esta for aprovada.

Dúvidas frequentes...

# 01. O que é estágio?
* Considera-se estágio as atividades de aprendizagem social, profissional e cultural, proporcionadas ao estudante pela participação em situações reais de vida e trabalho de seu meio, sendo realizadas na comunidade em geral ou junto a pessoas jurídicas de direito público ou privado, sob responsabilidade e coordenação da instituição de ensino.

# 02. Quem pode ser estagiário?
* Alunos com idade a partir de 16 anos regularmente matriculados que freqüentem, efetivamente, cursos vinculados à estrutura do ensino público e particular, de educação superior, de educação profissional, do ensino médio regular e supletivo, e de educação especial, aceitos por pessoas jurídicas de direito privado, órgãos da administração pública e instituições de ensino, para o desenvolvimento de atividades relacionadas a sua área de formação.

# 03. Por que o estágio é necessário para o estudante?
* O estágio, como parte integrante do processo formativo, contribui para a formação do futuro profissional porque permite ao estudante:
- a aplicação prática de seus conhecimentos teóricos, motivando seus estudos e possibilitando maior assimilação das matérias curriculares;
- amenizar o impacto da passagem da vida estudantil para o mundo do trabalho, proporcionando contato com o futuro meio profissional;
- adquirir uma atitude de trabalho sistematizado, desenvolvendo a consciência da produtividade, a observação e comunicação concisa de idéias e experiências adquiridas e incentivando e estimulando o senso crítico e a criatividade;
- definir-se em face de sua futura profissão, perceber eventuais deficiências e buscar seu aprimoramento;
- conhecer a filosofia, diretrizes, organização e funcionamento de empresas e instituições em geral, facilitando sua integração, além de propiciar melhor relacionamento humano e social.

# 04. O estágio visa somente a formação profissional do estudante?

* A Legislação considera estágio curricular as atividades de aprendizagem social, profissional e cultural, proporcionadas ao estudante pela participação em situações reais de vida e trabalho de seu meio, sendo realizada na comunidade em geral ou junto a pessoas jurídicas de direito público ou privado, sob responsabilidade e coordenação da instituição de ensino.

Direitos do Estagiário

Conforme Decreto 87.497/82, que regulamenta a Lei 6.494/77, alterada pela Medida Provisória nº 2164-41, de 24 de agosto de 2001, os estágios nas Empresas e Instituições contratantes de estagiários são regidos por normas e procedimentos específicos. A seguir o resumo destas disposições relativamente ao Aluno.

* Quaisquer Empresas, públicas ou privadas, em condições de proporcionar experiência prática ao aluno podem contratar, como estagiários, a partir de 16 anos, estudantes regularmente matriculados e freqüentando cursos de educação superior, de ensino médio, de educação profissional de nível médio ou superior ou escolas de educação especial;

* A realização do estágio dar-se-á mediante Termo de Compromisso firmado entre o estudante e a Empresa contratante, com a interveniência da Instituição de Ensino;

* O estágio não cria vínculo empregatício de qualquer natureza, mas possibilita ao aluno a chance privilegiada de, ao final do estágio, ser contratado como funcionário;

* O estagiário contratado poderá receber bolsa de estágio mensal ou outra forma de contraprestação de serviços previamente acordada;

* Por liberalidade, as empresas podem conceder aos estagiários os benefícios assegurados aos demais funcionários;

* O estagiário fará jus, obrigatoriamente, ao Seguro de Acidentes Pessoais oferecido pela Empresa, durante o período em que estiver estagiando;

* O contrato de estágio, por não ter vínculo empregatício, pode ser rescindido a qualquer momento por qualquer das partes.

* O duração total do estágio curricular não poderá ser inferior a um semestre letivo;

* A jornada de trabalho deve ser sempre compatível com a atividade escolar;

* A empresa não é obrigada a liberar o estagiário nem reduzir sua carga horária no período de provas na escola;

Funcionários especiais

O que levar em conta na hora de contratar portadores de deficiências

Existem cerca de 25 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência, o que representa aproximada- mente 14% da população. Muitas dessas pessoas estão fora do mercado de trabalho, pois não têm qualificação e às vezes nem mesmo estudo. Mas muitas poderiam ocupar postos em fábricas, escritórios, centrais de atendimento, etc. Segundo a Lei de Cotas (8.213/91), as empresas com mais de 100 empregados devem reservar de 2% a 5% de suas vagas para deficientes. Especialistas garantem que a partir deste ano quem não cumprir a lei será multado. A multa é de pouco mais de R$ 1.000 por dia, por pessoa não contratada.

Para quem vai contratar, o que levar em conta? Segundo Andrea Goldschmidt, sócia da Apoena Social, consultoria na área de responsabilidade social, em primeiro lugar, o empresário deve enxergar no candidato todas as suas habilidades e não suas deficiências. 'Dessa forma, ele poderá avaliar em que função o profissional será mais produtivo', diz ela. Veja, a seguir, as providências a serem tomadas.

Preencha as vagas existentes

Não se deve criar funções só para contratar alguém e cumprir a lei. Verifique em que áreas há espaço para a inclusão. Para encontrar potenciais funcionários, pode-se recorrer a entidades que formam mão-de-obra, entre as quais o Senai (www.senai.br), o Sesi (www.sesi.org.br), a Apae (www.apaebrasil.org.br) e o Instituto Paradigma (institutoparadigma.org.br).

Conte com especialistas

Um médico do trabalho e um técnico em segurança do trabalho podem ajudá-lo na seleção do funcionário. 'Se for contratar dificientes visuais, tenha fichas de recrutamento em braile', diz a psicóloga Anita Marino, consultora na área de acessibilidade. 'No caso de surdos, deve-se ter o apoio de alguém que possa traduzir o diálogo para libras, a linguagem brasileira de sinais.'

Adapte as instalações
Antes de mais nada, é preciso criar rampas de acesso, banheiros com portas amplas, barras de apoio e espaços para cadeirantes, de acordo com as medidas estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). 'Assim que contratar o novo funcionário, será possível adaptar móveis e demais equipamentos conforme as necessidades dele', diz a psicóloga Anita. O mesmo vale para o estacionamento. Se o contratado tiver carro ou chegar à empresa de carona, é preciso reservar uma vaga para que ele estacione ou desembarque sem dificuldades.

Crie uma política de inclusão

A medida facilitará o entrosamento do funcionário deficiente com os demais. Você pode começar com uma reunião com seus líderes, de forma que eles repassem as informações aos seus subordinados. Esses bate-papos podem ser descontraídos, com a presença dos novos funcionários, para que todos se sintam à vontade. Se contratar mais de um deficiente, tome cuidado para que eles não fiquem na mesma função, isolados dos outros empregados. Também pode-se estimular a criação de 'padrinhos'. São pessoas que espontaneamente ajudarão os deficientes em diferentes situações cotidianas. Se houver deficientes auditivos, a empresa pode convidar professores para dar aulas de linguagem de sinais a todos os empregados indistintamente. Mas nada deve ser imposto. Os alunos e padrinhos têm que ser voluntários.

Adapte as áreas e atividades de apoio
Restaurante, ambulatório e espaços de convivência também devem ser acessíveis ao funcionário deficiente. O mesmo cuidado precisa ser tomado em relação às atividades de segurança. Simulados de incêndio e treinamentos para a evacuação do prédio precisam levar em conta a presença de quem tem dificuldade de se locomover, ouvir ou enxergar. Essas pessoas devem trabalhar sempre perto de uma saída de emergência e contar com alguém que as auxilie nessas situações. No caso dos surdos, é importante que os alarmes sonoros sejam acompanhados de sinais luminosos.

Ouça o funcionário
Deixe bem claro para o deficiente que ele deve se manifestar, caso se sinta desconfortável no trabalho. Segundo Anita, muitos deles se sentem tão gratificados pela oportunidade de emprego que preferem não reclamar das dificuldades enfrentadas no dia-a-dia. 'Não se pode esquecer que uma pessoa com um problema físico que fica muito tempo numa posição errada pode ter o seu problema agravado', diz ela.

Avalie a produtividade

Assim, os funcionários deficientes sentirão que têm as mesmas chances de crescimento profissional que os demais. Mas tome cuidado para que eles não estendam demais o horário de trabalho. De acordo com Anita, os portadores de deficiência tendem a ser muito dedicados quando encontram um emprego e gostam de ser os primeiros a chegar e os últimos a sair. Não é preciso tanto para que todos - empresa, deficientes e sociedade saiam ganhando.

terça-feira, 24 de abril de 2007

Porta de entrada para o mercado

Estágio ajuda na formação complementar e contribui para que empresas conheçam habilidades e talentos dos estudantes.

Ellen Cristie Servir cafezinho, tirar xerox ou passar o dia atendendo o telefone. Essa pode ser a dura vida de um estagiário, se ele não souber seus direitos e deveres na hora de agarrar uma oportunidade. Quem já não viveu uma experiência similar, de saber que não está desempenhado o que deveria, mas sem conseguir sair dessa cilada?

Para se livrar de uma situação desconfortável como essa e evitar traumas posteriores, o D+ ouviu jovens com histórias de estágios positivos e outros nem tanto assim. E todos os envolvidos têm pelo menos uma opinião em comum: um dos primeiros passos para evitar problemas é conhecer a fundo a empresa e o cargo a ser pleiteado para saber exatamente o que esperar.

A Resolução Nº 1, de 21 de janeiro de 2004, do Conselho Nacional de Educação (CNE), ligado ao Ministério da Educação (MEC), destaca a importância da atuação da instituição de ensino como fiscalizadora. O documento ressalta que todo estágio é curricular e precisa, necessariamente, concordar com o projeto pedagógico da escola e ser supervisionado por ela. Como a atividade pretende colaborar com a formação do jovem, o CNE entende que a responsabilidade de zelar por estágios de qualidade é competência das instituições de ensino.

Por essa razão, aluno, escola e empresa devem assinar o termo de compromisso, documento comum na contratação de um estágio. Embora não haja vínculo empregatício entre estagiários e empresas, os jovens trabalhadores precisam ter seguro contra acidentes pessoais (estabelecido em lei) e contra acidentes de terceiros, o que dá mais garantias aos estudantes.

Quanto à jornada de trabalho, o artigo 82 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996, limita as atividades dos estudantes da educação profissional em seis horas por dia, em um total de 30 horas semanais. Para cursos que usam períodos alternados em salas de aula e estágio, há exceções. Alunos de enfermagem, por exemplo, se dividem entre escola e hospital. Nesses casos, a jornada pode chegar até a 40 horas semanais. Os alunos do ensino médio não podem trabalhar mais que quatro horas diárias nem ultrapassar 20 horas por semana.

Fábio Croso Soares é diretor do site Estagionet, com sede em Belo Horizonte, dirigido a estagiários e empresas interessadas na contratação de jovens. Atualmente, o site mantém 70 currículos e cerca de 190 ofertas de estágio. Em média, recebe a visita de 30 mil usuários por dia.

Criado em 2000, o é uma opção para os jovens que queiram expor suas habilidades. “Trabalhamos com quatro tipos de serviços. O estudante pode inscrever seu currículo gratuitamente, e este é enviado às empresas; o site faz o processo de recrutamento e seleção para encontrar o perfil adequado do candidato à vaga; temos um banco de dados com todos os cadastrados, caso a empresa tenha interesse; e temos um gerenciador de estágios, que faz o termo de compromisso, o pagamento do seguro obrigatório em nome do estagiário.”

CUSTOS
Para o diretor do site, não há como negar que o estágio é a porta de entrada para o mercado de trabalho. “Mas também não podemos esconder que muitas empresas contratam os jovens pensando simplesmente na redução de custos, em não conceder direitos como INSS, FGTS, o 13º salário, férias.” Fábio acredita que um mês é o tempo necessário para que o estagiário avalie se está realmente tirando proveito do serviço. “Antes disso, acho um pouco precipitado tomar qualquer decisão, embora acredite que o estagiário é, pela própria idade e fase da vida, muito ansioso.”

Visando escapar dos maus empregadores, ele sugere que o jovem candidato a uma vaga de estágio verifique a idoneidade da empresa nos órgãos competentes, como Procon, Serasa e Tribunal de Justiça. “Infelizmente, o estudante só vai ter certeza de que o trabalho vale a pena depois que iniciar as atividades e perceber se elas são inerentes ao curso de graduação”, comenta. “Se ele sentir que está sendo explorado e que a teoria não está sendo transformada em prática, o melhor é sair e procurar outra chance.”

Foi o que fez Camila Martins do Amaral, de 24 anos, estudante do 4º período de jornalismo do Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH), que chegou a pedir demissão de um emprego na Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), na UFMG, para ingressar em um estágio. “Queria trabalhar na área, ter contato com a comunicação.”

A experiência, no entanto, não deu certo. Insatisfeita e frustrada, ela pediu rescisão de contrato do estágio há pouco mais de uma semana. Contratada por uma empresa de tecnologia que atua no ramo de solução de softwares, ela aceitou a proposta depois de fazer uma entrevista e encaminhar o currículo. “Fui comunicada que iria manter o mural da empresa, divulgar notícias e atualizar o site. Depois de passar por uma semana de treinamento, descobri que seria gestora de reclamações. Minha função vinha estampada nos e-mails”, relata. “Nos primeiros dias, comecei a fazer contatos pós-venda com os clientes. O problema é que, geralmente, o cliente fazia críticas ao serviço e eu era obrigada a resolver o problema. Eu me senti lesada quando vi que o estágio não era nada do que eu pensava.”

Camila permaneceu na empresa por 45 dias, e hoje está à procura de um novo estágio. “Estou correndo atrás, mesmo porque preciso trabalhar para aprender e ajudar no pagamento da mensalidade do curso. Acho que o mais importante para que o estudante não se decepcione é, antes de aceitar um estágio, tentar identificar exatamente como é a empresa e as atividades a serem desempenhadas.”

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Idade não limita busca por estágio

104 mil alunos com mais de 40 anos decidem mudar o ramo de atuação ou incrementar o conhecimento. Obrigados ou não pela faculdade, eles buscam um estágio.

Eles formam um batalhão de 104 mil alunos nos bancos das faculdades do país. Mas com uma diferença em relação a 1,5 milhão de estudantes: a idade. “São pessoas que, provavelmente, já passaram uma fase da carreira e decidiram voltar a estudar por achar que vale a pena redirecioná-la”, diz Eduardo de Oliveira, superintendente operacional do Ciee (Centro de Integração Empresa-Escola).

Levantamento exclusivo do Ciee a pedido da Folha aponta que, em 2006, 6.527 estudantes de graduação com mais de 40 anos se inscreveram na instituição em busca de estágio. Desse total, 21% (1.374) fizeram estágio no ano passado. “É um número significativo”, aponta Oliveira. “Como o estágio não inclui os encargos e não exige experiência, talvez seja até mais fácil conquistá-lo [do que uma vaga no mercado].”

A estudante de biblioteconomia Consuelo Monte, 56, está em seu primeiro estágio e percorreu oito empresas até consegui-lo. Graduada em sociologia e com experiência em grandes empresas, teve de “enxugar” o currículo, superqualificado para postos iniciantes.

“Já me perguntaram na entrevista como não tinha conseguido coisa melhor”, lembra. “Achei que a idade não me ajudaria, mas estava errada”, conta ela, hoje estagiária no Instituto da Pesca, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento.Entre as vantagens, ela aponta a qualidade de vida que tem com horários flexíveis.

Apesar de os estudantes de pedagogia liderarem o ranking dos concorrentes a uma vaga, são os universitários de direito os que mais conquistam espaço. Para Oliveira, do Ciee, em geral, essas carreiras estão entre as mais procuradas para a segunda graduação -cursos que exigem estágio nos currículos. “Eles têm a maturidade que algumas vagas exigem”, destaca.

Nilson Mineo Morisava, 41, é um deles. Quando o engenheiro elétrico perdeu seu cargo de supervisor em uma grande empresa, não se abalou. Trocou posto -e salário- por um estágio em direito na área pública. “A mudança é grande. Mas campo de trabalho eu tenho”, diz ele, que cursa o quarto ano de direito. No futuro, Morisava pretende unir as duas carreiras e se tornar perito judicial.